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O Som Surreal

Já cansada de andar debaixo daquele sol escaldante;
Cansada de pensar em coisas há serem feitas;
Cansada de sonhar sonhos impossíveis;
Cansada de ouvir o barulho da avenida;
Cansada de ficar quieta, estava sozinha.
Cansada de olhar, semáforos e pessoas andando
aparentemente sem direção, porém, todas com pressa.
Ninguém olha para mim,
ninguém abre um sorriso.
Sozinha.
Todos são iguais, andando em massa com um destino,
desesperados, olham o relógio a cada cindo segundos.
Bonequinhos de um mundo moderno
Ninguem se olha na rua,
Todos desconfiam de todos.
Cansada, cansada de ver tudo aquilo, olhei para o céu
o sol forte dificultava minha visão.
O céu estava azul, sem nenhuma nuvem.
O caminho ingrime que subia, tornou-se plano,
renovando meu horizonte.
Entrei finalmente na rua de minha casa,
os barulhos provenientes da avenida aos poucos sumiram de meus ouvidos,
O sossego reinava aquele lugar, dando espaço a minha mente
novamente se perder em pensamentos,
enumerar mais uma vez os deveres a fazer.
E foi aí que ouvi, do edifício ao meu lado, uma melodia
tão doce, profunda.
Aquele som invadia minha mente, fazia-me sair de mim
Algo abstrato, mas que tocava com tal força e intensidade
Que eu sentia as notas seguintes de dentro do meu coração.
Era o som de um saxofone, preenchendo o silêncio daquele lugar.
Prestei atenção naquelas notas,
reduzi a velocidade de meus passos
Não queria me distanciar daquele timbre maravilhoso
que ocupava minha mente de forma surreal,
fazendo-me esquecer de problemas,
relembrando apenas o que valia a pena.
Sempre ao subir aquela avenida,
independente do tempo que esteja,
das milhares de coisas que tenho para fazer,
só tenho capacidade de lembrar daquela música,
torcendo os dedos para quando chegar na rua da minha casa
ser preenchida por aquela canção.

Texto: Elaine e Ítala.

1 comentários:

César Marques disse...

Você leva jeito pra isso ^^ me surpreendeu esse negocio de Gebismo ^^ nem imaginava esse seu dom em 2 anos de namoro xD parabens ^^ te amo /bj