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Ironia do Destino


Entre duas avenidas principais
de uma região urbana
extremamente habitada e movimentada,
onde todos são submissos aos ponteiros,
o sol não bate mais nas ruas
os arranha-céus deixam a avenida sombreada.
Há lixo jogado no chão,
vitrines chamativas,
letreiros de todos os tamanhos possíveis,
pessoas que brotam de todas direções,
ônibus transbordados,
buzinas,
músicas,
sirenes,
pombos.
Não há terra, árvores,
muito menos ar puro.
A chuva há muito tempo tornou-se ácida.
Finais de semana deixaram de ser sinônimo de sossego
naquela região essa palavra não existe.
Dentre tanta presença, o que ninguém observa
é que no meio dessas duas avenidas,
no vão da calçada a rua
uma flor tenta se firmar em um mínimo espaço de terra,
ela criou forças,
brotou um caule,
agora é um botão.
Mas, ninguém dessa região, tem tempo para reparar
nesse pequeno e frágil milagre.



Texto: Elaine.
Desenho: Ítala.

2 comentários:

César Marques disse...

Eh uma visão ampla pra quem nasceu,cresceu e vive nessa confusão toda ^^ ficou lindo

Vc eh meu milagre que brotou no meio da cidade grande ? *-* se for então eu sou o sol ^^ estou te observando e te dando força pra crescer *-*

Rock the House disse...

nossa... que filosófico... mto bom o texto!! e tudo que disse é verdade